Remessas internacionais: como ficam em 2021?

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A pandemia da COVID-19, causada pelo novo coronavírus, alterou profundamente o cenário de todos os setores da economia mundial, resultando no surgimento de um horizonte de incertezas. Nesse sentido, um dos cenários mais afetados foi o de logística, mais precisamente, o de remessas internacionais.

Sabendo desse impacto, nós optamos por dissertar um pouco sobre o cenário atual. Aqui exploraremos sobre as principais transformações nesse setor, versando sobre as dificuldades que surgiram em 2020 e desenharemos os principais desafios que deverão marcar o ano de 2021.

As remessas internacionais em ano de pandemia: as dificuldades do ano de 2020

Primeiramente, faz-se necessário traçar um panorama geral do cenário pandêmico no mundo para depois podermos compreender a situação vivida no Brasil e, posteriormente, compreendermos seus impactos no setor da logística e nas remessas internacionais. Portanto, primeiramente trazemos nosso olhar para um relatório elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) – uma organização dedicada ao fomento do desenvolvimento econômico internacional . 

Segundo os dados levantados na World Economic Outlook, o fundo projetou que 2020 se encerraria com uma queda de 4,4% do PIB mundial. Trata-se de um dado que, apesar de assombroso, configura-se como uma notícia relativamente positiva, pois a mesma agência havia projetado que o tombo poderia ter sido muito maior.

Pertinente ao Brasil, o FMI previu que o PIB do país cairia em 5,8%, uma queda que, novamente, seria menor do que aquelas previstas anteriormente. Assim, podemos averiguar que, apesar do grande impacto gerado pelo quadro pandêmico, encontramos-nos em um mundo distante do pior cenário possível.

Contudo, esse otimismo deve ser olhado com cautela, pois nem todos os setores da economia brasileira foram impactados de forma igualitária. Basta que direcionemos o nosso olhar para o campo das remessas internacionais para que verifiquemos o impacto profundo que a pandemia teve. Segundo os dados levantados por uma pesquisa realizada pela NTC&Logística, apenas durante o primeiro semestre podemos detectar uma queda de 26,14% relativo ao volume de cargas em relação ao mesmo período do ano passado.

Sendo assim, os maiores impactos foram sentidos por aqueles setores mais profundamente dependentes da cadeia produtiva, principalmente os setores ligados à metalúrgica e a automação. Os setores ligados ao agronegócio e a saúde foram os menos impactados pela pandemia.

Segundo a pesquisa, as maiores dificuldades vividas pelos trabalhadores e empresários ligados ao setor de remessas foram aquelas relativas a uma maior dificuldade de deslocamento devido às restrições promulgadas por alguns municípios e estados. Os riscos sanitários também foram fortemente ressaltados, pois os condutores alegavam que se encontravam diretamente em contato com o novo coronavírus.

E agora? 2021 e a incerteza

O ano de 2020 foi um período de grandes intensidades. Contudo, faz-se necessário apontar que as incertezas vividas durante o período não acabaram, a pandemia continua e, no momento da escrita deste texto, encontramos-nos em um momento de possível segunda onda de contágio. Nesse sentido, cabe afirmar que todo cuidado é pouco.

Contudo, diferentemente do período anterior, o ano que está chegando se configura como um ano que apresenta uma luz no fim do túnel, a vacinação. Dentre as múltiplas vacinas que foram desenvolvidas, podemos identificar três que já se encontram em estágios avançados de desenvolvimento e estão sendo distribuídas pelo mundo: a CoronaVac, criada por uma empresa chinesa e testada extensivamente pela Fiocruz; a Moderna, uma vacina desenvolvida por uma empresa estadunidense; e, por fim, a AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford.

Nesse sentido, esse quadro positivo se confirma no fato de que as grandes potências mundiais já começaram a realizar suas operações de vacinação. Até mesmo os Estados Unidos da América, um dos países mais afetados pela pandemia, já se encontra no início de seu programa de vacinação. Até mesmo o  presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, já recebeu sua primeira dose de vacina no dia 21/12/2020.

No entanto, trata-se de um cenário de otimismo mundial que não diz respeito à realidade brasileira, uma vez que o Brasil ainda se encontra num estágio incipiente do seu programa de vacinação. Nesse sentido, podemos afirmar que nossa nação ainda enxerga o ano de 2021 como um horizonte relativamente incerto. 

Mas não é um horizonte plenamente obscuro, pois, quando comparado com 2020, podemos avaliar que o Brasil já ganhou uma maior expertise logística do cenário atual, portanto, ele se encontra mais preparado para enfrentar o vírus. Assim sendo, todos os conhecimentos ganhos previamente com o combate pandêmico devem permanecer, e recomendamos fortemente que os empresários invistam na saúde de seus funcionários. Para tal, faz-se necessário investir em Equipamento de Proteção Individual, tais como máscaras, álcool em gel e distanciamento.

Outra dica importante a ser ressaltada é referente a uma nova tendência que vem emergindo, a logística digital. Trata-se de uma tecnologia anterior à pandemia, mas que se intensificou durante esse cenário. Podemos compreender esse novo enquadramento de negócios como uma transformação nas transações normais, que continuam iguais, mas que passarão a ser mediadas por uma plataforma online.

Justificamos essa afirmação partindo do entendimento de que 2021 continuará tendo momentos em que o isolamento social será necessário. Portanto, torna-se evidente que as empresas que sobreviverão serão aquelas capazes de adaptar-se a essa nova realidade. Desta forma, não deixe que sua estrutura de logística seja dependente de uma loja física!

Sendo assim, defina metas. Traçar objetivos se configura como uma necessidade básica de qualquer empresário no mercado, contudo, lembre-se sempre que suas metas devem ser condizentes com a realidade, não adianta traçar metas irreais num quadro tão sério.

Nesse sentido, recomendamos que você levante três possíveis cenários: um pessimista – com lucro mínimo; um cenário ideal, com uma margem de lucro desejada e, por fim, um otimista, com uma margem superior. Assim, você se encontrará preparado para enfrentar qualquer coisa.

Por fim, adentramos na nossa última dica, cuide de seu orçamento, ou seja, priorize apenas aqueles investimentos dotados de uma maior potencialidade de retorno. Isso não significa que você deve cortar gastos apenas por cortar, mas que seus gastos devem ser otimizados. Busque manter vivo apenas aquilo que é essencial, ou o que pode melhorar sua operação.

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